quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DIA DOS PROFESSORES

Prezados colegas, hoje é nosso dia...E passei para deixar uma homenagem meio divertida, até porquê, segundona está aí a nossa espera.
Felicidades a todos e que Deus nos dê muita paciência, afeto para lidar com "nossos" pequenos cidadãos e, muita consciência para não nos esquecermos de que ser professor é nunca deixarmos de aprender!!

beijos a todos.

*O Sermão da montanha
(*versão para educadores*) *

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre
uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se
aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da
Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:

- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque
deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque
serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado
nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso
e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?
Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades
integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros
curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e
atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais
testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus
discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de
qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a
eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor
efetivo...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria
proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator
previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo
consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de
educador se enterneceu e Ele continuou... como nós sempre continuamos...

sábado, 2 de outubro de 2010

VARIEDADES LINGUÍSTICAS

Estamos em contato com as variedades linguíticas durante todo o tempo. Podemos observar isso ao falarmos com pessoas que nasceram em regiões diferentes da nossa, no trabalho, na rua, na escola e, também, através dos textos escritos. Vejam abaixo, um trecho de uma carta de amor do poeta Olavo Bilac, dirigida a uma senhora:

“Excelentíssima senhora. Creio que, esta carta não poderá absolutamente surpreendê-la. Deve ser esperada. Porque V.Excia. compreendeu com certeza que, depois de tanta súplica desprezada sem piedade, eu não podia continuar a sofrer o seu desprezo. Dizem que V.Excia. me ama. Dizem, porque da boca de V. Excia. nunca me foi dado ouvir essa declaração. Como, porém, se compreende que,amando-me V.Excia., nuca tivesse para mim a menor palavra afetuosa, o mais insignificante carinho, o mais simples olhar comovido? Inúmeras vezes lhe pedi humildemente uma palavra de consolo. Nunca a obtive, porque V.Excia. ou ficava calada ou me respondia com uma ironia cruel. Não posso compreendê-la: perdi toda a esperança de ser amado. Separemo-nos[...]

Como podem perceber, o grau de formalismo nessas linhas é imenso, pois, a carta está escrita na variedade padrão, ou seja, a norma culta. Todas as outras que fogem da formalidade, como, a gíria, jargão, caipira etc. são variedades, mas isso não quer dizer que estejam erradas tudo depende do contexto, ao qual, estão inseridas. Dessa maneira, o mais importante ao redigirmos um texto é saber a que leitor e contexto ele está sendo dirigido.
Deixo aqui mais um exemplo e variedade linguística.

NA MINHA TERRA TEM
( Raquel Ap. Fadel)

Na minha terra tem Parmeras
E Corinthia pra jogá,
Mas os torcedô só faiz brigá
Num leva nada nas brincadera

Na minha terra, num tem mais sabiá
Um tratô entrô no pomar
E derrubô tudo o laranjá
E o pió, dizeno que ia trabaiá

E os pobre é que paga o prijuízo
Desses home que num tem juízo
Dizeno que ia se assentá

Na minha terra tem muito trambiquero
Tudo pulitiquero, quereno meu voto ganhá
E eu teno de votá, quem na minhas costa, qué a vida gozá!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

FALANDO DE INTERTEXTUALIDADE

     Na última postagem estávamos falando sobre intertextualidade. Hoje, voltamos ao assunto para que através de uma paródia todos possam perceber a intertextualidade.
     A paródia é  uma reescritura,ou seja, uma nova visão, de um texto  normalmente consagrado que vem carregado de contestações e ironia. Um texto crítico e, geralmente, o que prevalece nele é o cômico.
     As paródias não precisam ser obrigatoriamente de textos literários. Pode-se criá-las sobre filmes e  músicas. A nossa, é de um poema conhecido por todos.



SONETO DA INFIDELIDADE
       (Raquel Ap. Fadel)

Dei tudo ao meu amor desatento
Antes e depois e caros e sempre e, tanto,
Que mesmo em débito com o banco
Dela era casa, o carro e o cheque em branco.

Por desejá-la vivi esses tormentos
E, a seu favor eu denegria meu nome,
E, ela ria enquanto eu derramava o pranto,
Ao meu pesar e o meu endividamento.

E, assim, quando mais tarde eu fali,
Não tinha mais nada, e na bebida caí,
Quem sabe a solidão por falta de perdão,

Faça-me refletir que o amor que vivi,

Não era imortal posto que é ambição,
Mas que foi finito por falta de um quinhão.


      Temos a certeza de que essa paródia de imediato o remeteu  ao soneto  de Vinícius de Morais, não foi?
       É isso! Esse é o conhecimento prévio do qual falamos no assunto passado. Agora, comparem -no com o texto original.


SONETO DA FIDELIDADE
  Vinícius de Morais

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Transposição Textual

    Aproveitando um curso oferecido na DEE local sobre LEITURA E ESCRITA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO, é pertinente que deixemos aqui informações  esclarecedoras sobre o assunto. A transposição textual nada mais é do que pegarmos um texto escrito em determinado gênero e o transpor para outro, como por exemplo, pegarmos uma notícia e transformá-la em um artigo de opinião.
     Durante a oficina um dos textos trabalhados foi o conto " A Pequena vendedora de Fósforos " (Hans Christian  Andersen), o qual   foi utilizado para a transposição em forma de notícia:

VENDEDORA DE LUZ MORRE POR FALTA DE CALOR

      Por ironia do destino a criança que levava luz aos que compravam seus fósforos morre por falta de calor.
      A pequena vendedora de fósforos morreu noite passada vitimada pelo frio intenso. Ela foi encontrada descalça e sem nenhum agasalho encostada a uma parede tão gelada quanto seu corpo.
     Segundo os moradores, ela vendia fósforos para ajudar no sustento do lar. Ninguém sabia seu nome, era conhecida, apenas, como a pequena vendedora de fósforos. Ninguém a viu perambulando pelas ruas, pois além das celebrações do novo ano, a temperatura atingiu quatro graus abaixo de zero, o que fez com que as pessoas permanecessem em seus lares impedindo de ajudá-la.
     Aos familiares, o nosso pesar.
    
   Dessa maneira, fica fácil perceber a transposição, porém, como em diversos casos, é necessário que se tenha um conhecimento prévio do texto original, o mesmo, acontece com a intertextualidade, pois, caso você leia um livro que cite  um trecho de Dom Casmurro, por exemplo, e você não tenha feito a leitura deste,  não conseguirá entender a observação do autor.